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De todos os contos infantis, o calçado que mais me chamou mais atenção foi o par de sapatos mágicos de Dorothy, batendo de longe os famosos sapatinhos de cristal que levaram ao matrimônio de Cinderela (e sua conseqüente ascensão à nobreza), ou as botas que garantiram ao gato de botas elevar seu dono anônimo ao status de um "Marquês de Carabás" possuidor de uma condição financeira digamos estável, os pequenos sapatos carmim de Dorothy contrastando com o caminho de tijolinhos amarelo simplesmente me encantaram. O filme "The Wizard of Oz" filmado em 1939 por Victor Fleming, com duração de 101 minutos, conseguiu se preservar intacto na memória de seus espectadores apesar de todos os percalços e tentativas medíocres de refilmagens.
Virtualmente uma instituição, O Mágico de Oz é uma grande fantasia musical extraída do clássico infantil de L. Frank Baum, repleto de cores, simbolismos e números musicais inesquecíveis.
Aos 68 anos de idade, este filme mantém o frescor original. Num mundo desencantado às vésperas do terceiro milênio, a história da garotinha Dorothy (Judy Garland, aos 16 anos), que pede às estrelas para levá-la ao outro lado do arco-íris, ainda tem um grande charme.
Geralmente, quando um filme tem bruscas alterações em sua equipe durante a realização do projeto, o resultado final inclina para resultados duvidosos. Porém, O Mágico de Oz superou todas suas três trocas de diretores (foram quatro, no total) e, guiado pelo quebra-galho Victor Fleming, conseguiu firmar seu nome na história como um dos melhores filmes infantis de todos os tempos. Sua mensagem universal conseguiu transpor até o ultra-amadurecimento dos jovens de hoje, sobre o amor à terra natal e à valorização da família, mesmo que no mundo real as coisas estejam bem diferentes.
Mas é fácil de entender porque o filme, mesmo com tanta troca no seu comando, prevaleceu com uma qualidade final elevada: a época em Hollywood era dos filmes de produtores, onde eles tinham total controle sobre aquilo que estava sendo feito e pouquíssimos diretores conseguiam sua independência perante tal regra do mercado. Ou seja, mesmo com tanta gente metendo a mão para dirigir o longa, os produtores da MGM sabiam exatamente o que queriam e mantiveram todo o trabalho na linha.
Victor Fleming assumiu boa parte da produção e teve que controlar uma inovadora técnica: a cor. Isso foi um pouco antes dele abandonar o filme para poder quebrar um galho para a Selznick International Pictures: nada mais, nada menos do que o épico imortal E o Vento Levou. Fleming não rodou apenas as seqüências em preto-e-branco, passadas no Kansas, que ficaram por conta King Vidor – percebe-se uma uniformidade técnica, sem diferenças gritantes de estilo de direção no filme inteiro; ele é todo igual, parece que foi rodado pela mesma pessoa, devido à limitação artística imposta pelos estúdios na época, o que dá para entender a continuidade no trabalho das filmagens. Mervyn LeRoy ficou responsável apenas por terminar as filmagens que Fleming ainda não havia feito e Richard Thorp, o primeiro dos diretores, não teve uma cena sequer sua na versão final do filme; ele fora demitido pelo estúdio por não estar alcançado os resultados esperados - a famosa diferença artística entre estúdio e realizador.
Judy Garland empresta a Dorothy um olhar extremamente ingênuo e cativante; graças a isso, acreditamos na sua determinação em voltar para casa e na vontade de ajudar a todos que cruzam seu caminho. Em um dos momentos mais marcantes do filme, quando ela canta a imortal [
Somewhere]Over the rainbow, é impossível não ficar hipnotizado na tela. E pensar que a música deveria ter sido cantada mais uma vez por ela no filme, quando Dorothy está presa na torre da bruxa, mas em uma versão triste, o que poderia gerar mais um momento absolutamente marcante à obra, mas por causa do ataque de choro de Judy, que achava a cena triste demais, ela acabou não se concretizando.
No quesito técnico, não há como não se deslumbrar com o óbvio: em um mundo preto-e-branco e triste pela Guerra, nada como a cor e a alegria para a todos animar. Do exato momento em que Dorothy atravessa a porta de sua casa recém-aterrissada em Oz até o momento final, cada cor parece ter sido milimetricamente pensada para significar algo dentro do contexto do longa. É impressionante como uma técnica tão nova tenha sido usada de maneira tão eficiente pela arte e pela fotografia, de Harold Rosson. A inspiração teatral é óbvia, mas ao invés de ficarmos incomodados com aquele mundo tão falso, ele se torna extremamente real pela competência com que tudo é realizado. Perceba como algumas plantas, de plástico verde, são claramente falsas, mas nunca parecem ridículas ou mal feitas. É tudo absurdamente bonito, desde os pequenos detalhes até às gigantescas pinturas que servem como fundo para as seqüências.
Simplesmente um dos melhores filmes já feitos e o perfeito exemplo de que uma fita infantil não precisa ser imbecil para divertir. O perfeito equilíbrio entre arte, infância, diversão, uma bela mensagem e boas interpretações.
Prêmios: Oscar especial para Judy Garland, Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção.
O Mágico de Oz narra a história da garotinha Dorothy que deseja ardentemente abandonar uma casa opressiva e monótona, o Kansas em preto e branco, de forma que cria para si o mundo mágico e colorido de Oz, um mundo além do arco-íris, onde fadas e bruxas convivem como num livro, onde tudo é possível, há música e magia, mas também perigo. Após um tornado, seu sonho se torna realidade, sua casa é levada para a Terra de Oz, a menina Dorothy e seu cachorro Totó vão parar em uma terra "além do arco-íris", mas a única coisa que a amedrontada Dorothy quer agora é voltar para casa, para isso ela deve encontrar um misterioso mágico, que lhe mostrará como realizar esse seu desejo, para chegar até ele, contudo, Dorothy viverá uma aventura inesquecível através do caminho de tijolos amarelos.
Todo o sentido de Oz é levar Dorothy a perceber a beleza de sua vida e a alegria que ela pode trazer, o que se concretiza na frase "There's no place like home".
Para Gri, ironicly...